A fofoca é frequentemente vista como algo inofensivo, até mesmo parte da “cultura” em ambientes escolares. No entanto, ela é uma das formas mais destrutivas de comunicação dentro das instituições de ensino, comprometendo o clima organizacional, os vínculos profissionais e, principalmente, a saúde emocional dos gestores escolares.
De acordo com o artigo “Fofoca, nunca mais!” do portal Gestão Escolar (https://gestaoescolar.org.br/conteudo/158/fofoca-nunca-mais), a fofoca deve ser enfrentada com firmeza e estratégia. O texto destaca que não se trata de um comportamento isolado, mas de uma prática que, quando tolerada, se instala como parte da cultura institucional e enfraquece a autoridade da gestão.
O impacto silencioso: quando a liderança adoece
Pouco se fala sobre o adoecimento emocional dos diretores e coordenadores pedagógicos que convivem com ambientes recheados de ruídos e desconfiança. A fofoca mina a confiança entre os membros da equipe e cria um ambiente hostil, onde até mesmo decisões legítimas da gestão passam a ser questionadas com base em suposições e distorções.
Esse ambiente tóxico leva muitos gestores a vivenciarem um esgotamento silencioso:
- Insônia e ansiedade antes de reuniões;
- Sensação de estar sempre sendo observado e julgado;
- Medo de confrontos ou de tomar decisões impopulares;
- Desejo frequente de se afastar ou pedir exoneração.
Trata-se de um quadro típico de adoecimento institucional, onde o problema não é apenas individual, mas estrutural.
O papel da liderança e do PPP no combate à fofoca
O portal Gestão Escolar ressalta que é dever da liderança institucional não ser conivente com a fofoca. Tolerar esse tipo de comportamento enfraquece os vínculos profissionais e desvia o foco da missão principal da escola: o aprendizado dos estudantes.
Uma das estratégias mais eficazes para reduzir o espaço da fofoca é fortalecer a cultura institucional por meio do Projeto Político Pedagógico (PPP). Quando esse documento está vivo, claro e praticado, ele orienta os relacionamentos dentro da escola e estabelece diretrizes para a convivência e resolução de conflitos.
Além disso, é papel da gestão promover reuniões formativas sobre ética e comunicação, reforçando a escuta ativa, a confiança entre os pares e o posicionamento respeitoso diante das diferenças.
Comunicação assertiva: o antídoto da fofoca
A comunicação assertiva é uma das ferramentas mais potentes para cortar o ciclo da fofoca. Não se trata de ser ríspido ou autoritário, mas de aprender a nomear os conflitos, assumir a liderança dos processos e chamar os envolvidos para a conversa direta — sempre com respeito, mas sem passar a mão na cabeça.
Uma simples mudança de postura pode transformar o clima da escola. Como disse uma gestora ouvida em formação sobre o tema:
“Depois que eu comecei a cortar as fofocas com clareza e posicionamento, ganhei mais respeito da equipe do que quando fingia que não era comigo.”
Conclusão
A fofoca é, sim, um problema sério na escola. E mais do que atrapalhar a gestão, ela adoece quem lidera. Diretores e coordenadores precisam ser fortalecidos emocionalmente para enfrentar esse desafio de frente — com clareza, coragem e respaldo institucional.
A mudança começa com postura. E a postura começa com quem lidera.