Uma escola não nasce apenas de paredes levantadas ou carteiras enfileiradas.
Ela nasce quando uma comunidade acredita que ali é possível sonhar e construir futuro.
Nossa missão não está restrita a um parágrafo escrito no PPP: ela se revela nos gestos cotidianos. Está no acolhimento da criança que chega chorando no primeiro dia de aula, na escuta oferecida à família que busca apoio, na persistência diante das dificuldades de aprendizagem. A missão é aquilo que nunca abrimos mão de fazer, mesmo quando os recursos são limitados: educar com compromisso, respeito e humanidade.
A visão de futuro é o farol que ilumina o nosso caminho. É a pergunta que nos move: Que tipo de cidadãos queremos formar? Se olharmos para as crianças que hoje enchem nossos corredores, precisamos imaginar quem elas serão daqui a dez ou quinze anos. Serão trabalhadores? Líderes comunitários? Pais e mães? O que terão levado da nossa escola para a vida? Nossa visão é esse horizonte, que orienta cada decisão pedagógica, cada escolha de projeto, cada postura de educador.
Os valores são os alicerces que sustentam a casa que chamamos de escola. São princípios inegociáveis: o respeito, a inclusão, a justiça, a solidariedade, a ética. Valores que devem aparecer não apenas nos murais e nos documentos, mas no modo como tratamos uns aos outros, como lidamos com os erros, como celebramos as conquistas. A escola educa tanto pelo currículo formal quanto pelo exemplo vivo de seus valores.
O papel social da escola vai muito além de ensinar conteúdos. A escola é espaço de proteção, de convivência, de esperança. É onde muitas crianças encontram segurança, alimento, afeto e estímulo. É onde as famílias encontram parceria. É onde a comunidade encontra um lugar de diálogo e construção coletiva. Ao assumir esse papel, a escola reconhece que sua função é formar cidadãos capazes de transformar a sociedade, não apenas indivíduos que decoram lições.
E quando falamos de concepção de criança, precisamos reafirmar: nenhuma criança é uma página em branco. Cada uma chega à escola com saberes, memórias, afetos e necessidades. São sujeitos de direitos, que aprendem no brincar, no erro, na descoberta, no convívio com os outros. Cabe a nós oferecer experiências significativas, que respeitem seu tempo, sua singularidade e seu potencial. O mesmo vale para a concepção de ensino: ensinar não é transmitir, é provocar, mediar, inspirar.
Revisar o Projeto Político Pedagógico não é, portanto, apenas cumprir uma exigência legal. É um ato de compromisso com a escola que desejamos construir e com a comunidade que nela confia. É reafirmar nossa missão, atualizar nossa visão, fortalecer nossos valores e redescobrir nosso papel social. É escrever no papel o reflexo de quem já somos — e também o projeto daquilo que ainda queremos ser.
O PPP é, antes de tudo, uma ferramenta de identidade: diz quem somos, o que acreditamos e onde queremos chegar. Ao revisitarmos o Marco Referencial, estamos desenhando um mapa que guia nossas escolhas e decisões. Não um mapa fechado, mas um guia vivo, aberto ao diálogo, capaz de acompanhar as transformações da escola e da comunidade.
Aline Silva